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18 out 2019

Educação digital: qual o limite saudável para uso da tecnologia?

Foto: Kelly Sikkema, Unsplash

Considerada uma aliada na hora de ensinar, a tecnologia é hoje o principal elemento na formação de crianças que já nasceram conectadas (a chamada Geração Alpha, dos nascidos a partir de 2010). Para elas, o mundo sempre esteve à distância de um toque, porque as telas de tablets e smartphones fazem parte da rotina – e limitar o uso pode ser desafiador. Isso, obviamente, influencia a construção de relações e o aprendizado desses indivíduos, mas será que pode causar danos a médio e longo prazos?

Em abril deste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou um documento com recomendações sobre saúde de crianças com até 5 anos. No texto, a entidade internacional defende que pequenos abaixo dessa idade não passem mais do que uma hora por dia expostos, mesmo que passivamente, a telas de computadores, tablets, televisões ou celulares.

Malefícios

O neuropediatra Christian Muller concorda com a orientação. Ele acredita que o uso de telas deve ser muito pontual e não parte da rotina das crianças. “Muitas escolas estão avançando no uso dos dispositivos, pedagogicamente, em sala de aula, o que limita ainda mais o tempo de uso em casa”, pontua.

Além desses sinais de alerta, a neuropsicóloga Juliana Aguiar chama atenção para outros comportamentos considerados nocivos, como dependência excessiva de tablets, perda de interesse por atividades que antes a criança gostava, sedentarismo excessivo, isolamento e prejuízos no desempenho escolar.

Ela, inclusive, acredita que dá para trabalhar lado a lado com a tecnologia, especialmente no campo da reabilitação fisiológica, cognitiva e psicológica.

Utilizar os dispositivos eletrônicos como ferramentas de aprendizado vai muito além da adoção de tablets ou aplicativos mais básicos. Segundo a diretora de tecnologia educacional da Happy Code, Debora Noemi, essa é a base do chamado letramento digital, que seria uma “alfabetização digital”. “A ideia é que alunos aprendam o que está por trás do uso da tecnologia. Aprendam conceitos e habilidades técnicas, o que pode incluir robótica e programação, por exemplo”, explica.

Para a especialista, o Brasil ainda não entende essa necessidade de formação, mas nações como Estados Unidos, Reino Unido e Singapura já estão incluindo o letramento digital em sua matriz curricular. “A tecnologia ajuda no desenvolvimento de diversas habilidades e não só de habilidades técnicas. A programação, por exemplo, contribui em organização, foco, persistência, trabalho em equipe”, afirma Debora. “O mercado de trabalho e as instituições vão exigir que esse profissional tenha um domínio básico de alfabetização digital”, finaliza.

Educação do Amanhã 2019

Lançado em 2018 pelo Metrópoles, o projeto Educação do Amanhã tem o objetivo de discutir novas metodologias e conceitos do processo educativo, além de estimular novas habilidades nos jovens do século 21.

Neste ano, ao longo de duas semanas, o portal publicará uma série de conteúdos relacionados às mudanças na área da educação: o que esperar da escola do futuro, o universo tecnológico e as tendências no processo de aprendizagem. Além, é claro, do novo papel do professor diante deste cenário repleto de desafios.

A iniciativa tem patrocínio da Casa Thomas Jefferson, Colégio Ideal, Colégio Objetivo, AISEC e Colégio Marista João Paulo II.

O encerramento do projeto será marcado com a realização de um seminário no auditório do Edifício Íon, na SQN 212, Asa Norte (DF), que incluirá palestras inspiracionais, impactantes e reflexivas sobre como o processo educacional está em transformação nos dias atuais.

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo Sympla. Confira as palestras:

Educação para o século XXI

Palestrante: Rui Fava

A sala de aula inovadora

Palestrante: Fausto Camargo

Culturas de pensamentos e investigação na escola
Palestrante: Clarissa Bezerra

Fonte: Metrópoles